Michael, Freddie e Deacon |
Gravada com a participação de David Bowie, Under Pressure é uma das
músicas mais conhecidas do Queen. Desde seu lançamento como compacto em 1981 e
no ano seguinte no álbum Hot Space, a canção já figurou em diversas compilações,
trilhas sonoras de filmes e até ganhou uma série de remixes em 1999. No
entanto, ela não é o único fruto de parcerias da banda com outros artistas.
Após a morte de Freddie Mercury em 1991, os membros
remanescentes passaram a gravar com os mais diferentes cantores. O que os fãs do Queen presenciaram, principalmente a
partir do ano 2000, foi um boom de lançamentos sob o nome 'Queen +', isso sem contar
os discos com Paul Rodgers e as
turnês atuais com Adam Lambert.
Se muita coisa chegou às lojas,
rádios e plataformas digitais, outras gravações nunca viram a luz do dia,
inclusive algumas com a presença de Freddie. São vários os motivos para essas
faixas nunca terem sido comercializadas, mas tentei colocar nessa lista algumas
das parcerias mais curiosas nunca lançadas pela banda.
Play The Game com Andy
Gibb
Andy Gibb morreu em 1988 |
O irmão mais novo de Barry, Robin e Maurice Gibb, diferente do que muita gente pensa, nunca fez parte
dos Bee Gees. O cantor britânico
sempre preferiu trabalhar sozinho, mas isso não impediu de ser convidado pelo
Queen para gravar Play The Game durante as sessões de gravações do álbum The
Game (1980).
A informação de que uma versão da
faixa com a participação de Andy existia foi confirmada pela revista oficial do
fã-clube do Queen ainda em 1980. Ainda de acordo com a publicação, Freddie
teria ficado impressionado com as habilidades vocais de Gibb. O então produtor da banda, Reinhold Mack, também confirmou que essa gravação existia. No
entanto, ninguém sabe os motivos pelos quais o dueto não foi incluído na versão
final do disco.
Outro mistério cerca essa
colaboração: as fitas sobreviveram ou não ao longo dos anos? Apesar de diversos
demos do Queen terem vazado, Play The
Game com a voz de Andy nunca apareceu em fóruns de colecionadores e/ou em
plataformas digitais . Segundo algumas fontes, a tape até chegou a ser
encontrada por volta de 1990 durante um "garimpo" de material para o
relançamento da discografia da banda em CD nos Estados Unidos. Porém, ao contrário de outras descobertas, essa
versão não apareceu como faixa bônus dos álbuns da Hollywood Records. Se ela ainda existe só o tempo dirá...
Cool Cat com David Bowie
Bowie e Freddie no Live Aid |
Under Pressure surgiu por um acaso do destino. David Bowie estava
em Montreux ao mesmo tempo que o
Queen gravava em um estúdio da cidade. Amigos há muito tempo, David e o grupo
se encontraram no local e o que começou com uma brincadeira cheia de
improvisações, trechos de antigas músicas e claro, bebida, se tornou a colaboração
mais famosa do Queen.
O que muita gente não sabe é que
David Bowie gravou outra faixa para o álbum Hot
Space além de Under Pressure. Escrita por John Deacon e Mercury, Cool Cat contava originalmente com
backing vocals de Bowie que davam a música uma sensação de mistério.
Em uma entrevista de 1982, Brian
May disse que o grupo considerou uma boa ornamentação a participação de Bowie
na faixa e que um bilhete foi enviado ao cantor para lhe informar que seus
vocais seriam usados na versão final da música. No entanto, os quatro rapazes
foram surpreendidos com a resposta de David, que pediu para que sua participação
fosse retirada, já que disse não ter ficado satisfeito com o resultado.
Algumas versões teste do álbum já
haviam sido feitas e o Queen teve que correr contra o tempo para adiar o
lançamento oficial para retrabalhar Cool
Cat.
Para a sorte dos fãs, apesar de
nunca ter sido lançada de forma oficial, essa versão e uma outra pouco
diferente vazaram na internet e podem ser ouvidas no Youtube.
There Must Be More To
Life Than This com Michael Jackson
Michael e Freddie |
Sim, essa música foi lançada
oficialmente na coletânea Queen Forever de 2014. No entanto, o
que ouvimos no álbum é o mix feito pelo produtor William Orbit e não a versão originalmente feita pelo Queen e Chris Thomas. O William Orbit Mix, ao ser ouvido por
fãs e pelos membros remanescentes da banda, causou muita polêmica em relação ao
volume da voz de Freddie em comparação a de Michael.
A canção foi concebida ao lado de
outras duas faixas (Victory e State of Shock) durante a época em
que Mercury e Jackson eram amigos próximos. Os motivos para o não lançamento
das músicas na época são muitos: as turnês e sessões de gravações do Queen e do
próprio Michael, o vício em drogas de Freddie que teria incomodado MJ e o episódio em que o rei do pop teria
levado uma lhama para o estúdio de gravação, o que irritou FM.
There Must Be More To Life Than
This foi escrita originalmente pelo vocalista do Queen para o disco Hot
Space e depois guardada para ser incluída em The Works (1984), mas
acabou sendo deixada de fora após a composição de Is This The World We Created...?.
A música só seria lançada no primeiro álbum solo de Freddie, Mr
Bad Guy de 1985. Em 1996, o fã clube da banda chegou a reportar que
John Deacon estava remixando a faixa, mas como essa versão nunca foi lançada
não se sabe se ela contava ou não com os vocais de Michael.
Em 2011, o Queen assinou com a Universal Music, primeiro sob o selo Island Records e depois sob o selo Virgin EMI. A gravadora já queria uma
nova coletânea chamada Queen Forever
com o dueto entre Freddie e Michael para um lançamento no Natal daquele ano. No
entanto, o espólio de Jackson barrou o lançamento.
Após muita especulação e negociação,
There Must Be More To Life Than This
foi finalizada por Brian May e Roger Taylor (com trechos gravados por
John nos anos 80) entre 2013 e 2014. No entanto, o espólio de MJ aprovou o lançamento sob a
condição de que a música tivesse o mix feito por William Orbit .Com isso, a
versão produzida pelo Queen em parceria com o produtor Chris Thomas, anunciada
em julho de 2013 por May em seu site, permanece inédita. Pouco se sabe como ela
é se algum dia será lançada.
Victory com Michael Jackson
Freddie e Michael eram bons amigos |
Enquanto State of Shock, que deveria estar no álbum Thriller com a
participação de Freddie Mercury foi regravada por Michael ao lado de seus
irmãos e Mick Jagger, Victory não teve a mesma sorte. Apesar
dar nome ao álbum e a turnê de 1984 dos Jacksons,
a música escrita por Freddie e Michael nunca nem mesmo teve um demo vazado na
internet.
Uma versão do Queen para essa música foi confirmada pelo
arquivista do grupo, Greg Brooks, em
uma convenção do fã clube. Segundo ele, a banda gravou backing vocals, mas não
foi especificado se os vocais principais eram de Michael. Ainda de acordo com Greg, o Queen chegou a ensaiar a canção
durante as sessões de The Works, mas
infelizmente ela não foi pra frente.
Take Another Piece of
My Heart com Rod Stewart
Rod e Freddie gravando |
Freddie Mercury, Elton John e Rod Stewart sempre foram bons amigos. Em sua autobiografia, Rod:
The Autobiography, o cantor reconhecido por sua voz rouca, revelou que
além de ter passado o Carnaval de
1978 no Rio com Elton e Mercury, chegou a considerar a criação de um supergrupo
chamado Nose, Teeth & Hair.
Segundo o músico britânico, a
ideia surgiu após uma reunião entre os três em Los Angeles. "O nome que
tínhamos em mente era Nose, Teeth & Hair [Nariz, Dentes e Cabelo], um
tributo aos nossos atributos físicos mais notórios. A ideia geral era a de que
poderíamos aparecer vestidos como as Beverly Sisters", contou Rod.
Em setembro de 1983, durante as
sessões do álbum The Works, Rod
apareceu como convidado e chegou a gravar com o Queen trechos de uma música intitulada
Take
Another Piece of My Heart, a qual, por mais que seja misterioso o
motivo, nunca terminaram. Um pedacinho dessa parceria pode ser ouvido no
documentário The Great Pretender de 2012.
Os takes gravados por Mercury
acabariam sendo aproveitados por Brian, Roger e John para o álbum póstumo Made
In Heaven. O guitarrista e o baterista gravariam novos vocais,
substituindo os de Rod. Curiosamente, a faixa teve que ser alterada devido a
questões de direitos autorais envolvendo Janis
Joplin, já quem um dos versos parece bastante com os da música Piece
of My Heart.
We Are The Champions
com Robbie Williams
A parceria agradou Brian e Roger, mas causou revolta entre os fãs e Deacon |
Lançada em 2001 para a trilha
sonora do filme Coração de Cavaleiro (A Knight's Tale) essa versão feita em
colaboração com Robbie Williams
surgiu após o cantor ter sido solicitado a gravar a música. Ele então disse que
adoraria contar com a participação do Queen e convidou Brian May e Roger Taylor.
A dupla ficou maravilhada com a experiência e chegou a conversar com ex-Take That sobre uma turnê na América da
Norte, o que nunca aconteceu.
No entanto, a recepção dos fãs,
assim como a de John Deacon não foi boa. O baixista teria dito ao jornal The Sun em abril daquele ano que estava
feliz de não ter participado da gravação e que considerava um lixo a nova
música.
Imagina então o que ele acharia
do nunca lançado take original dessa colaboração. Apresentado à gravadora, essa primeira versão foi
rejeitada por ser "muito diferente" da clássica. Segundo rumores,
esse take seria guiado por um violão. Quem sabe ele sai na tão prometida
antologia do Queen...
Take Love com Paul Rodgers
Brian admitiu recentemente que a era Q+PR não funcionou tão bem... |
Em 1969, Fred Bulsara assistiu com colegas estudantes de Artes de Ealing um concerto do Free. O futuro vocalista do Queen teria
ficado impressionado com Paul Rodgers. 35 anos depois, quis o destino que o ex-Free e Bad Company assumisse os vocais do Queen. O anúncio oficial foi
feito em dezembro de 2004 após meses de conversas e uma semente plantada já nos
anos 90. Logo em seguida o Queen + Paul
Rodgers iniciou uma gigantesca turnê que resultou no álbum ao vivo Return
of The Champions.
Fazendo jus a fênix em seu
escudo, o Queen, assim como Paul, ressurgiu
das cinzas. Em 2008 o inimaginável aconteceu: o grupo lançou um álbum de
inéditas. É bem verdade que The Cosmos Rocks é muito diferente
daquilo que os fãs estavam acostumados, mas ele tem seus pontos altos. E
poderia ter mais, caso a música Take Love, que apareceu pela
primeira vez na turnê norte-americana de 2006 do Q+PR fosse incluída no disco.
A faixa acabou ficando de fora do
corte final porque a banda não conseguiu que ela soasse tão bem no estúdio como
ao vivo.
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