domingo, 15 de janeiro de 2012

A Day At The Races (1976)


Em fins de janeiro de 1976, com um milhão de compactos de Bohemian Rhapsody e 500 mil álbuns vendidos na Inglaterra – mais os três álbuns anteriores disparando simultaneamente para os 25 Mais de todo o Reino Unido –, o Queen embarcou para uma viagem de três meses pelos EUA, Japão e Austrália. Irrepetível ao vivo em toda sua extravagância, Bohemian Rhapsody colocava o desafio de usar fitas de apoio nos concertos. Eles decidiram iniciá-la ao vivo para, em seguida, deixar rodar a fita e sair do palco. Brian May chamou isso de “uma espécie de intervalo, para trocar a indumentária, dar uma mijadinha”.

Amigos na pobreza antes da riqueza, os membros do Queen encontravam maneiras de contornar ressentimentos trazidos pelo motivo de Roger Taylor, com sua música I’m In Love With My Car, ter sido B-Side de Bohemian Rhapsody, recebendo assim o mesmo que Freddie Mercury, compositor de Bohemian Rhapsody, a obra-prima do Queen que é um sucesso, vendendo milhares até hoje.

Em Julho de 1976, o Queen começou a gravar seu novo álbum: A Day At The Races. O título, como o do álbum anterior, retirado de um filme dos Irmãos Marx.

Ao contrário das sessões de A Night At The Opera, a banda não estava sob qualquer programação que os pressionasse a gravarem um álbum rapidamente e saíssem logo pela estrada para promovê-lo, na verdade, além de quatro concertos em setembro, a banda não faria uma turnê novamente até janeiro de 1977. Três desses quatro concertos (dois no Playhouse Theatre, em Edimburgo, nos dias um e dois de setembro, e outro no Castelo de Cardiff em 10 de setembro) foram como parte de festivais, enquanto o quarto show, em 18 de setembro foi realizado no Hyde Park. Em meio à gravação, o Queen organizou este concerto gigantesco, gratuito, no Hyde Park, em Londres, para agradecer aos fãs britânicos por terem sido tão fieis a eles, mesmo que a popularidade da Queen não cresceu exponencialmente.

Por causa destas datas ao vivo no meio das sessões de gravação, só fazia sentido que algumas das novas músicas fossem incorporadas ao set: Tie Your Mother Down e You Take My Breath Away eram tocadas, se tornando uma das raras vezes em que novos materiais seriam tocados ao vivo antes de serem lançadas oficialmente.

Após os concertos, era hora de voltar a trabalhar no novo álbum. Pela primeira vez, o Queen foi desassistido por um produtor, evidentemente tendo a sensação de que eles tinham feito tudo o que poderiam fazer com Roy Thomas Baker. Os termos de contrato para quatro álbuns tinham sido cumpridos com a entrega de A Night At The Opera, então Roy e a banda se separaram amigavelmente. O Queen optou por se produzir, mas com os serviços de Mike Stone, engenheiro de Baker, cuja prática de gravar vocais foi indispensável para Somebody To Love.

De volta ao estúdio, eles moldaram o ecletismo que era sua marca registrada para o que seria talvez o primeiro álbum típico do Queen: uma combinação de vocais de rock pesado e extravagâncias harmônicas à guitarra, climas românticos, pop e vaudeville antiquado (embora isso deixe de fora o lamento de Brian May pelos índios americanos em White Man, e o manifesto pessoal de Roger Taylor em tom de sátira mordaz em Drowse).

Os rapazes do Queen reconheceram que A Day At The Races era “irmão gêmeo de A Night At The Opera", embora alguns críticos clamem que ela seja na verdade uma “continuação”. A banda sempre manifestou orgulho especial por The Millionaire Waltz, que era sobre John Reid, como Freddie Mercury contou a Kenny Everett. Taylor disse que ela era comparável a Bohemian Rhapsody, embora os críticos afirmarem que Somebody To Love foi a “nova” Bohemian Rhapsody. Somebody To Love foi o hit single do álbum. Escrito por Freddie Mercury, a canção foi inspirada na música gospel, especialmente a de Aretha Franklin, cantora que Freddie adorava. Mercury, May e Taylor multi-gravaram suas vozes para criar um coral de 100 vozes gospel.

Os pedidos de A Day At The Races antes do lançamento em dezembro de 1976 tinham ultrapassado meio milhões de unidades. Quando o quinto disco da banda foi lançado em dezembro, ele rapidamente seguiu A Night At The Opera, rumo ao nº 1 dos LPs no Reino Unido. A capa do álbum era uma inversão de A Night At The Opera, afinal, não por acaso, já que o Queen via os dois álbuns como gêmeos.

Somebody To Love foi o êxito estrondoso que o Queen necessitava, chegando ao número 2 nas paradas britânicas e o respeitável número 13 nos EUA. Enquanto isso, os singles subseqüentes não se sairão tão bem: Tie Your Mother Down alcançou a posição de número 31 no Reino Unido e nº 49 nos EUA. Queen's First EP com Good Old-Fashioned Lover Boy sendo a faixa principal, alcançou a 17ª posição no Reino Unido (o EP não foi lançado nos EUA, sendo “substituído” por Long Away, que falhou devido a ausência de um vídeo promocional e os vocais instantaneamente reconhecíveis de Freddie). Em 1977, o Queen desfrutava a riqueza, extravagância e fama.

NINGUÉM USOU SINTETIZADORES

Informações

Nome: A Day At The Races
Lançamento: Dezembro de 1976
Gravação: Julho-Novembro de 1976 nos Estúdios The Manor, Wessex, e Sarm
Duração: 44:20
Produtores: Queen
Lançado em: Reino Unido, EUA, Japão, Alemanha, Holanda, França, Itália, Suécia, Portugal, Polónia, Bulgária, Brasil, Argentina, Chile, México, Uruguai, Venezuela, Peru, Israel, Taiwan, Rússia, Canadá, Índia, Coréia do Sul, e possivelmente, Turquia e Nova Zelândia. Os lançamentos da Coréia do Sul omitiram Tie Your Mother Down e Teo Torriatte

Singles: Somebody To Love [B-Side: White Man] (1976), Tie Your Mother Down [B-Side: You And I] (1977), Teo Torriatte (Let Us Cling Together) [B-Side: Good Old-Fashioned Lover Boy] (1977), Queen’s First EP (Lado A: Good Old-Fashioned Lover Boy / Death On Two Legs (Dedicated to...... / Lado B: Tenement Funster / White Queen (As It Began)) (1997), Long Away [B-Side: You And I] (1977)

Faixas

Vinil

• Lado 1: 
  1. Tie Your Mother Down
  2. You Take My Breath Away
  3. Long Away
  4. The Millionaire Waltz
  5. You And I 
• Lado 2:
  1. Somebody To Love
  2. White Man
  3. Good Old-Fashioned Lover Boy
  4. Drowse
  5. Teo Torriatte (Let Us Cling Together) 
Hollywood Records CD 1991

1. Tie Your Mother Down
2. You Take My Breath Away
3. Long Away
4. The Millionaire Waltz
5. You And I
6. Somebody To Love
7. White Man
8. Good Old-Fashioned Lover Boy
9. Drowse
10. Teo Torriatte (Let Us Cling Together)
11. Tie Your Mother Down (remix)
12. Somebody To Love (remix)

Universal Records CD (Queen: 40 Anos)

• Disco 1:
  1. Tie Your Mother Down
  2. You Take My Breath Away
  3. Long Away
  4. The Millionaire Waltz
  5. You And I
  6. Somebody To Love
  7. White Man
  8. Good Old-Fashioned Lover Boy
  9. Drowse
  10. Teo Torriatte (Let Us Cling Together)
• Disco 2 – Bonus EP:
  1. Tie Your Mother Down (backing track mix)
  2. Somebody To Love (live at Milton Keynes Bowl, June 1982)
  3. You Take My Breath Away (live on Hyde Park, September 1976)
  4. Good Old-Fashioned Lover Boy (Top Of The Pops version, July 1977)
  5. Teo Torriatte (Let Us Cling Together) (2005 HD remix)
• iTunes – Vídeos bônus exclusivos
  1. You Take My Breath Away (live at Earl's Court, June 1977)
  2. Tie Your Mother Down (live at Milton Keynes Bowl, June 1982)
  3. Somebody To Love (promotional video)
Curiosidades

Groucho Marx enviou um telegrama, escrito com sua cara de pau de sempre, para a banda: “Eu sei que vocês são artistas do disco muito bem-sucedidos. Será que isso não se deve a sabia escolha que vocês fazem para os títulos de seus álbuns?” Em março de 1977, Groucho convidou os rapazes do Queen para uma visita a sua casa em Los Angeles. ae A Day At The Races tinham títulos emprestados de filmes dos Irmãos Marx que a banda adorava, e agora vinha a oportunidade de dizer obrigado em pessoa. Freddie, Roger, John e Brian deram de presente a Groucho um disco de ouro com uma dedicatória gravada. 

Teo Torriatte foi tributo de Brian May aos fãs japoneses. A música é notável por ter dois coros cantados em japonês, e é uma das únicas das três músicas do Queen (as outros são Las Palabras de Amor de Hot Space e Mustapha, do álbum Jazz), no qual um verso inteiro ou refrão é cantado em um idioma diferente do Inglês.

Um comentário: